sexta-feira, 30 de junho de 2017

RETORNAMOS AS ATIVIDADES

ATENÇÃO

 Ficamos mais de um ano parados com o Blog, porém é com enorme prazer que digo que aos poucos retornaremos com as atividades, procurando postar algo ao menos uma vez por semana. Agradecemos a todos pela companhia e por todo o apoio que nos é dado. Quem quiser falar com a gente, sugerir temas e postagens, nos mande e-mails no endereço paimalaquiasdabahia@gmail.com., ou nos chame no Facebook.Muito obrigado a todos vocês!

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Excelente matéria sobre Intolerância Religiosa.

 Bem, pessoal. Nessa postagem abordaremos mais uma vez o tema "Intolerância Religiosa", trazendo hoje uma matéria do estudante de jornalismo Paulo Alberto Velloso. A matéria foi escrita para que fosse publicada no trabalho de faculdade do estudante na Universidade Veiga de Almeida, e como é um tema que deve ser sempre discutido, pedi sua autorização para que eu pudesse publicar no blog. Paulo prontamente autorizou, e também me mandou alguns dados fornecidos pelo extinto Ministério dos Direitos Humanos, porém não tem como eu postar aqui pois ocupa muito espaço. Em resumo, no período dos anos de 2011 à 2015, houve um aumento drástico nas denúncias de casos de Intolerância Religiosa pelo Disk 100. Os estados que possuem maior incidência de denúncias são: São Paulo, Rio de Janeiro e Maranhão. Em seguida vem os estados de Rio Grande do Sul e Pernambuco. Esse foi um pequeno resumo dos dados fornecidos pelo extinto Ministério da Cultura. 
 Há muito tempo todo o povo de terreiro sofre com preconceito e agressões, seja lá de Umbanda, Candomblé, Jurema...não importa o seguimento. E é por isso que eu agradeço bastante ao amigo Paulo Alberto Velloso pelo material, e também pelo empenho para expor essa triste realidade que vivemos. Deixo aqui com vocês a excelente matéria sobre intolerância religiosa.

" Adeptos de religiões de matriz africana continuam sendo vítimas de intolerância




Todo sábado, a estudante Paula Oliveira, de 22 anos, é forçada às mesmas manobras em casa. Com uma mãe que é testemunha de Jeová e renega a prática de qualquer outra religião diferente da sua, a estudante inventa meios para frequentar as sessões de Umbanda em Niterói. “Graças a intolerância por parte da minha família, tenho que esconder a minha fé para não ocasionar transtornos maiores, brigas e para eu não ser expulsa de casa”, desabafa.

Paula é o reflexo dos recentes resultados de casos sobre a intolerância religiosa no Estado do Rio de Janeiro. Durante os três anos de funcionamento, o Centro de Promoção da Liberdade Religiosa & Direitos Humanos (CEPLIR) – órgão extinto como parte do plano de corte de gastos promovidos pelo governo estadual esse ano – registrou, entre 2012 e 2014, aproximadamente mil denúncias de casos de intolerância religiosa, sendo 71% das vítimas adeptas de religiões de matrizes africanas. Já em nível nacional, a Secretaria de Direitos Humanos (SDH) revelou que entre janeiro de 2011 e junho de 2015 cerca de quinhentas denúncias foram registradas no Disque 100, criado para acompanhar e quantificar os casos de discriminação.

Assim como Paula, o estudante Marcos Bastos, de 22 anos, foi forçado a enfrentar inúmeros preconceitos durante toda a vida por conta de sua escolha religiosa, a Umbanda. O mais recente foi no fim do ano passado, durante uma conversa sobre sua religião com amigos, na Praça Porto Rocha, em Cabo Frio, quando um estranho, de bicicleta, o abordou e proferiu discursos de ódio. “Ele veio e ficou na nossa frente e começou a falar que iríamos todos para o inferno. Nós precisávamos aceitar Jesus e estávamos todos repreendidos. Falou que tudo era bruxaria”, relembra.

Após o registro da ocorrência na delegacia, Marcos foi tomado pelo sentimento de indignação e pela sensação de impunidade. Até hoje, nenhuma das partes foi chamada para prestar depoimento sobre caso.




Marcos prometeu encaminhar o caso ao Ministério Público de Cabo Frio



Para o professor titular do Departamento de Antropologia da Universidade Federal Fluminense, doutor Júlio Cesar de Souza Tavares, a intolerância religiosa é consequência da ignorância. Além do desconhecimento dos preceitos benevolentes de uma religião como a Umbanda, os agressores também não tem ciência de que estão à margem da lei quando ofendem e atacam suas vítimas.

A "Lei Caó" (Lei 7.716/89) teve seu texto alterado em 1997 para tipificar "crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional". Ela deixa claro que todos têm direito à crítica e liberdade de opinião, desde que manifestada sem desrespeitar, ofender, agredir ou cercear direitos individuais fundamentais. Uma proposta de aumento da pena para esses crimes está em trâmite, com o objetivo de alterar o Artigo 140 do Código Penal. A ideia é que as injúrias sejam passíveis de punição equivalente à reclusão por 2 a 5 anos.

            Vítima de perseguição religiosa, o comerciante e pai de santo Luiz Fernando Jardim, de 51 anos, relembra o episódio em que se sentiu mais ultrajado: uma gerente de banco da cidade em que vive, Araruama, o discriminou por ele ter comparecido a agência vestido de branco. Ele conta que, na ocasião, usava um turbante na cabeça, parte de um ritual de iniciação à religião. Ao ser chamado de "macumbeiro safado", Luiz Fernando ressalta que se opôs veementemente às injúrias, gritando com a agressora.

Luiz ressalta a importância da postura que teve frente ao desrespeito sofrido. "Não devemos baixar a cabeça nunca porque não estamos errados. Minha religião é uma das mais lindas, não tenho que me sentir culpado", assegura. A coragem e a convicção sempre fizeram parte da trajetória de Luiz na Umbanda, iniciada há 33 anos. Na época em que trabalhava para fundar o Centro Espiritualista Peregrinos da Caridade ILe Asé Orun Aye, no começo dos anos 90, o pai de santo conta que foi perseguido pelo pastor de uma igreja que ficava a cerca de 200 metros do seu terreno.

O espaço em que Luiz construía o centro havia sido doado por vereadores de Araruama junto à prefeitura local. Segundo ele, tudo foi detalhadamente documentado e registrado em cartório, tendo o centro sido decretado, inclusive, um local de utilidade pública. O pastor da igreja vizinha, no entanto, acionou Luiz judicialmente três vezes, alegando que o comerciante estava tomando posse do terreno ilegalmente.

O pai de santo lembra que, em todas as ocasiões, teve de apresentar a documentação referente à aquisição do espaço. Na terceira vez, no Fórum de Cabo Frio, Luiz recolheu mais de 550 assinaturas de testemunhas que atestavam os trabalhos de caridade realizados no centro. O processo foi arquivado e o juiz responsável pelo caso ameaçou indiciar o pastor por perseguição religiosa.




Luiz Fernando em sua loja de artigos religiosos, em Araruama - RJ



Apesar do orgulho em professar e praticar o umbanda, o comerciante se queixa da desunião geral em sua religião, o que acaba por enfraquecê-los em diversos aspectos. Luiz destaca que na Umbanda, ao contrário do que acontece na Igreja Católica, por exemplo, não há um esforço de centralização, não existe uma liderança maior ou representatividade reconhecida por todos os praticantes. Ele lamenta que cada centro tenha práticas e ideias próprias, o que acaba por fazer com que uns se achem melhores que outros.

A falta de unidade e as gritantes diferenças entre os centros acabam, muitas vezes, disseminando ideias equivocadas sobre os preceitos e ideias fundamentais das religiões de matrizes africanas. "Umbanda é paz, amor e tranquilidade. A lei do retorno existe. Não devemos procurar religião para causar mal a ninguém. O amanhã é um dia que ainda não conhecemos", afirma Luiz" ( Matéria de Paulo Alberto Velloso) 

terça-feira, 5 de abril de 2016

Sincretismo de Ogum com São Jorge.


Há algum tempo estamos compartilhando um pouco da história do sincretismo dos santos da igreja católica com os Orixás da Umbanda. Hoje vamos explicar o sincretismo de São Jorge com Ogum.
É muito comum para as pessoas que não conhecem a Umbanda, acharem que cultuamos São Jorge, e que São Jorge e Ogum são a mesma coisa. Porém como todos nós sabemos, a figura de São Jorge na Umbanda é por puro sincretismo, sem nenhuma ligação real com o santo da igreja católica.
O sincretismo faz-se pelo fato de São Jorge ser um santo guerreiro da igreja católica, e Ogum ser o Orixá guerreiro. Como a história de São Jorge e do orixá Ogum se assemelham em alguns pontos, é feito o sincretismo. É importante lembrar que, esse sincretismo é feito no estado do Rio de Janeiro. Como já dito antes, o mesmo Orixá pode ser representado por santos diferentes da igreja católica, tudo depende do estado que você está.

Ogunhê!

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Qual é a diferença entre Exu de Umbanda, e Exu de Candomblé?


Bem. Quando falamos de Exu, devemos entender que existe o Exu Orixá, e o Exu de Umbanda, ou popularmente falando, "Exu catiço" ou "Povo de rua".
Na Umbanda nós trabalhamos com um tipo de Exu diferente do Exu de Candomblé. Quando se fala de Exu na Umbanda, não nos referimos ao Exu Orixá que no caso é cultuado no Candomblé. Na Umbanda nós trabalhamos com os "Exus de rua", que na sua grande maioria tiveram uma vida conturbada, com muita bebida, muito cigarro ou charuto, muitas mulheres. Na sua maioria eram negros, pobres, viviam na noite e muitas das vezes se envolviam em brigas. Na maioria das vezes, esses Exus que vêm na Umbanda, por mais que não tivessem muito, eram caridosos e tinham uma vida muito sofrida por conta da pobreza e preconceito. Como já dito antes, muitos eram negros, e isso numa época onde negro  não tinha voz, não tinha espaço, não tinha emprego... Por essas questões, muitas das vezes eram forçados a ganhar dinheiro com jogos, trabalhando em cabarés, alguns até mesmo praticando alguns furtos. Hoje trabalham na Umbanda para evoluírem e cumprirem suas missões na terra, praticando a caridade e nos protegendo de todo mal que nos cerca. Geralmente são conhecidos como os guardiões dos nossos caminhos e são controlados por Ogum.

No candomblé quando se fala de Exu (Esú), fala-se do Exu Orixá, que é irmão de Ogum, mensageiro dos outros Orixás e guardião também dos nossos caminhos. Diferente da Umbanda, o Exu Orixá possui filhos no Candomblé. O Orixá Exu é o protetor das estradas da vida, protetor dos fracos e desfavorecidos, e é o Orixá "brincalhão", zombeteiro.  No Candomblé existe o Exu Bára, que é o Exu homem, e a Lebara, que é Exu mulher, na Umbanda chamada de Pomba-gira.
Na Umbanda, as chamadas Pomba-giras são a irradiação de Exu mulher, tais como as Lebaras no Candomblé.  Igualmente aos Exus, as Pomba-Giras na sua grande maioria eram negras, pobres e tinham uma vida sofrida. Grande parte delas trabalhou em cabarés, e viviam uma vida de bebidas, cigarros e algumas vezes de brigas. Geralmente elas estavam nessa vida por falta de opção, pois como já havia sido falado antes, negros não tinham muita opção de vida naquela época, então eram forçados a ganhar a vida de outra maneira.

Para ser mais sucinto, a diferença entre Exu de Umbanda e Exu de Candomblé, é que Exu de Candomblé é Orixá, e Exu de Umbanda não é. Porém, tanto Exu de Umbanda quanto Exu de Candomblé emanam a felicidade na chegada, e espalham a alegria entre todas as pessoas que estejam presentes.

Laroyê Exu!

Atotô meu pai Omolu!!!

Meu pai é um pai de mistérios.
Caminha devagar, caminha só
Mas jamais anda perdido!
Vai levando pro infinito
Aqueles cujo a carne vira pó!
Meu pai é um pai de mistérios.
Seja noite ou seja dia ele vem me valer.
Pra quem não conhece, esse é meu pai!
Atotô Obaluaê!

Laroyê!!! Exu é Mojubá!!!

Salve toda a falange de Exu!!! Laroyê!!!